A morte do Rio Doce
Leonardo Merçon, do Instituto Últimos Refúgios, está na região com uma equipe documentando e ajudando com ações emergenciais e nos enviou o seguinte relato no último sábado (21):
“São muitas as consequências desse resíduo ( da lama), com muitos animais e pessoas doentes. Estou neste exato momento às margens do Rio Doce acompanhando tudo, registrando em fotos e vídeos o sofrimento de animais e pessoas às margens do rio. Estamos percebendo que os peixes e vida aquática não serão os únicos afetados. Relatos de animais maiores morrendo estão aumentando. Capivaras, lontras, jacarés, cachorros, bois, patos que estão bebendo da água do rio estão morrendo. Além de pessoas ficando doentes. Ontem estive com os índios Krenak por exemplo, e eles me disseram que só de encostar na areia das margens do rio está dando coceira na pele.
Camarões tentando sair da água. Léo Merçon / Últimos Refúgios
Estamos por aqui até quando conseguirmos, pois nosso orçamento é muito limitado. Contamos com doações para custear gasolina, hospedagem e alimentação. Hoje vamos descer até a foz do rio e começar a seguir a tragédia pelo ES. O grosso dos resíduos não chegou no rio da parte capixaba ainda, pois está sendo “segurado” nas barragens em Aimorés.
Mas vai chegar com a força toda assim que eles abrirem as comportas. Só esperamos que com a chuva, a “lama” se espalhe um pouco a ponto de não matar tudo no rio como está fazendo em MG.
Se conseguirmos falar posso te passar mais informações. O sinal na estrada é fraco, mas as vezes conseguimos. Abraço.”
Ele disse também que a equipe está com dificuldades financeiras, principalmente por conta da gasolina. “Estamos pegando nota de tudo para prestar contas para a galera depois”, disse ele.
Conheçam o trabalho do Leo e do Instituto Últimos Refúgios e, mais importante, ajudem!
**Dacos Bancários: **
Banco do Brasil
LEONARDO P M ROCHA
Ag. 3193-3
c/c 15041-X
Não foi acidente e não vamos esquecer!
Imagens: Léo Merçon / Últimos Refúgios