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02 de Abril – DIA MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE AUTISMO

DBem Mulher - Notícias - Saúde - 1 de abril de 2019

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA – TEA.

DEFINIÇÃO

Autismo é uma síndrome(*) definida por alterações presentes desde idades

muito precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza

sempre por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso

da imaginação. Estes três desvios, que ao aparecerem juntos caracterizam o

autismo, foram chamados por Lorna Wing e Judith Gould, em seu estudo

realizado em 1979, de “Tríade”. A Tríade é responsável por um padrão de

comportamento restrito e repetitivo, mas com condições de inteligência que

podem variar do retardo mental a níveis acima da média.

CAUSAS DO AUTISMO

As causas do autismo são desconhecidas. Acredita-se que a origem do

autismo esteja em anormalidades em alguma parte do cérebro ainda não

definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem genética. Além disso,

admite-se que possa ser causado por problemas relacionados a fatos ocorridos

durante a gestação ou no momento do parto. A hipótese de uma origem

relacionada à frieza ou rejeição materna já foi descartada, relegada à categoria

de mito há décadas. Porém, a despeito de todos os indícios e da retratação

pública dos primeiros defensores 17 desta teoria, persistem adeptos desta

corrente que ainda a defendem ou defendem teorias aparentemente diferentes,

mas derivadas desta. Já que as causas não são totalmente conhecidas, o que

pode ser recomendado em termos de prevenção do autismo são os cuidados

gerais a todas as gestantes, especialmente cuidados com ingestão de produtos

químicos, tais como remédios, álcool ou fumo.

MANIFESTAÇÕES MAIS COMUNS

O autismo pode manifestar-se desde os primeiros dias de vida, mas é comum

pais relatarem que a criança passou por um período de normalidade

anteriormente à manifestação dos sintomas. É comum também estes pais

relacionarem a algum evento familiar o desencadeamento do quadro de

autismo do filho. Este evento pode ser uma doença ou cirurgia sofrida pela

criança ou uma mudança ou chegada de um membro novo na família, a partir

do qual a criança apresentaria regressão. Em muitos casos constatou-se que

na verdade a regressão não existiu e que o fator desencadeante na realidade

despertou a atenção dos pais para o desenvolvimento anormal da criança, mas

a suspeita de regressão é uma suspeita importante e merece uma investigação

mais profunda por parte do médico. Normalmente, o que chama a atenção dos

pais inicialmente é que a criança é excessivamente calma e sonolenta ou então

que chora sem consolo durante prolongados períodos de tempo. Uma queixa

freqüente dos pais é que o bebê não gosta do colo ou rejeita o aconchego.

Mais tarde os pais notarão que o bebê não imita, não aponta no sentido de

compartilhar sentimentos ou sensações e não aprende a se comunicar 18 com

gestos comumente observados na maioria dos bebês, como acenar as mãos

para cumprimentar ou despedir-se. Geralmente, estas crianças não procuram o

contato ocular ou o mantêm por um período de tempo muito curto. É comum o

aparecimento de estereotipias, que podem ser movimentos repetitivos com as

mãos ou com o corpo, a fixação do olhar nas mãos por períodos longos e

hábitos como o de morder-se, morder as roupas ou puxar os cabelos.

Problemas de alimentação são freqüentes, podendo se manifestar pela recusa

a se alimentar ou gosto restrito a poucos alimentos. Problemas de sono

também são comuns.

O ESPECTRO DE MANIFESTAÇÕES AUTÍSTICAS

O autismo não é uma condição de “tudo ou nada”, mas é visto como um

continuum que vai do grau leve ao severo. A definição de autismo adotada pela

AMA, para efeito de intervenção, é que o autismo é um distúrbio do

comportamento que consiste em uma tríade de dificuldades:

 1. Dificuldade de comunicação – caracterizada pela dificuldade em

utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não

verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e

modulação na linguagem verbal. Portanto, dentro da grande variação

possível na severidade do autismo, poderemos encontrar uma criança

sem linguagem verbal e com dificuldade na comunicação por qualquer

outra via – isto inclui ausência de uso de gestos ou um uso muito

precário dos mesmos; ausência de expressão facial ou expressão facial

incompreensível para os outros e assim por diante – como podemos,

igualmente, encontrar crianças que apresentam linguagem verbal,

porém esta é repetitiva e não comunicativa. Muitas das crianças que

apresentam linguagem verbal repetem simplesmente o que lhes foi dito.

Este fenômeno é conhecido como ecolalia imediata. 20 Outras crianças

repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias antes; é a

chamada ecolalia tardia. É comum que crianças que têm autismo e são

inteligentes repitam frases ouvidas anteriormente e de forma

perfeitamente adequada ao contexto, embora, geralmente nestes casos,

o tom de voz soe estranho e pedante.

 2. Dificuldade de sociabilização – este é o ponto crucial no autismo, e

o mais fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em

relacionar-se com os outros, a incapacidade de compartilhar

sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre

diferentes pessoas. Muitas vezes a criança com autismo aparenta ser

muito afetiva, por aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo,

por exemplo, em seu cabelo, ou mesmo beijando-as, quando na verdade

ela adota indiscriminadamente esta postura, sem diferenciar pessoas,

lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão

repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou compartilhamento. A

dificuldade de sociabilização, que faz com que a pessoa com autismo

tenha uma pobre consciência da outra pessoa, é responsável, em

muitos casos, pela falta ou diminuição da capacidade de imitar, que é

um dos prérequisitos cruciais para o aprendizado, e também pela

dificuldade de se colocar no lugar do outro e de compreender os fatos a

partir da perspectiva do outro.

 3. Dificuldade no uso da imaginação – se caracteriza por rigidez e

inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e

comportamento da criança. Isto pode ser exemplificado por

comportamentos obsessivos e ritualísticos, com21 preensão literal da

linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em

processos criativos.

Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida de

criatividade e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança

que tem autismo pode passar horas a fio explorando a textura de um

brinquedo. Em crianças que têm autismo e têm a inteligência mais

desenvolvida, pode-se perceber a fixação em determinados assuntos, na

maioria dos casos incomuns em crianças da mesma idade, como calendários

ou animais pré-históricos, o que é confundido, algumas vezes, com nível de

inteligência superior. As mudanças de rotina, como mudança de casa, dos

móveis, ou até mesmo de percurso, costumam perturbar bastante algumas

destas crianças.

Como é feito o diagnóstico de autismo

A AMA, sempre que solicitada, indica que o diagnóstico de autismo seja feito

por um profissional com formação em medicina e experiência clínica de vários

anos diagnosticando essa síndrome. O diagnóstico de autismo é feito

basicamente através da avaliação do quadro clínico. Não existem testes

laboratoriais específicos para a detecção do autismo. Por isso, diz-se que o

autismo não apresenta um marcador biológico.

Instrumentos para diagnosticar o autismo

Existem vários sistemas diagnósticos utilizados para a classificação do

autismo. Os mais comuns são a Classificação Internacional de Doenças da

Organização Mundial de Saúde, ou CID-10, em sua décima versão, e o Manual

de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana de

Psiquiatria, ou DSM-IV.

PASSOS QUE PODEM AJUDAR

Passo 1: Informe-se ao máximo.

Passo 2: Permita-se sofrer. Nesta hora, você não está perdendo fisicamente

seu filho, mas está perdendo, com certeza, parte de seus sonhos e planos para

seu filho, o que é extremamente doloroso. Com o tempo você vai poder criar

novos sonhos e outros objetivos vão surgir, tão importantes e desafiadores

como os primeiros; mas no início é importante permitir-se desmoronar.

Lembre-se: o autismo é para sempre, mas não é uma sentença de morte.

Você não fez nada para que isto acontecesse, mas pode fazer muito para

melhorar as perspectivas de vida de seu filho.

Passo 3: Reaprenda a administrar seu tempo. Procure centros de

tratamento especializado que ofereçam tudo que seu filho precisa, sem ter que

ir de um lugar a outro indefinidamente. Se você for uma pessoa muito ocupada,

tente encontrar ajuda para cuidar de seu filho, mas lembre-se que é muito

importante que você entenda com profundidade as propostas da opção

terapêutica e educacional que você escolheu e que você acompanhe muito de

perto a evolução de seu filho.

Passo 4: Saiba exatamente quais são os objetivos de curto prazo para seu

filho. Este ponto é muito importante. É através dele que você vai saber o que

esperar e também vai poder avaliar se a instituição escolhida é a que mais

atende o que você espera. Se os objetivos propostos lhe parecerem

exagerados ou modestos, tente se informar e conversar para avaliar bem essa

diferença de expectativas

Passo 5: Por último, evite:

 Todos que lhe acenarem com curas milagrosas.

 Todos que atribuírem a culpa do autismo aos pais.

 Todos os profissionais desinformados ou desatualizados.

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