2018: o ano que parece que não vai acabar
Pouco tempo falta para cronologicamente o ano de 2018 terminar. Pelo calendário civil dia 31 de dezembro encerramos 2018 e iniciamos o 2019. Mas, curioso, este ano de 2018 parece que não vai acabar no dia previsto! Ou melhor, esclarecendo, parece que os efeitos de 2018 não vão se encerrar tão cedo. Tivemos uma copa do mundo pífia, com participação dos brasileiros totalmente apagada; tivemos uma eleição polarizada que levou todo mundo ao extremo, ou seja, com a tônica: me ame ou me odeie. Não se admitia meio termo; no Congresso tivemos o estica e puxa das reformas previdenciária, tributária e eleitoral que não saíram do papel, sem contar as pautas bomba que nem sequer acenderam o estopim. E depois das eleições aí é que a coisa trancou mesmo. Falou-se em acordos para 2019, mas não em soluções para 2018. Tivemos a greve dos motoristas que parou parte do Brasil e que, no fim, tudo acabou em pizza: o combustível subindo de preço do mesmo jeito, o governo cobrando impostos da mesma forma e o povo como sempre pagando por todos estes desmandos políticos! Até um “horário de verão falso” tivemos este ano! Não sei se só eu tenho essa impressão, mas parece que o Brasil parou logo no mês de maio de 2018, e ainda não retomou o tempo. Parece que nos perdemos na sequência do ano e que ainda estamos perdidos nela. Não fossem as luzes natalinas, as cantorias de Natal, as decorações das cidades, nem iria parecer que estamos chegando ao fim do ano. Impressão muito forte é que 2018 nem chegou à metade. Ou pior, que de repente vamos acordar e tudo isso vai passar tão rápido que nem nos daremos conta do que de fato ocorreu em 2018. O negócio é pensar como Odorico Paraguaçu, o lendário Bem Amado: vamos botar de lado os entretanto e partir logo para os finalmente. Talvez assim a gente consiga iniciar e terminar o 2019 com mais clareza.
Por José Renato Coan