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A Agricultura Biodinâmica I

Pomerana - 16 de agosto de 2020

Por: Ismael Tressmann

A agricultura é o fundamento de toda cultura, sendo a base de nossa existência física na Terra. Desde o início da domesticação das plantas, há 10 mil anos, o ser humano só conhecia duas práticas para recuperar terras exauridas: o pousio e a adubação orgânica.

O surgimento dos fertilizantes sintéticos, no século XIX, gerou uma grande revolução na agricultura, a chamada “Revolução Verde”. Primeiramente se descobriu o efeito fertilizante do nitrogênio e, em seguida, os outros macronutrientes. Apenas no século XX foram descobertos os micronutrientes. A Alemanha foi o berço dessa nova ciência, onde seus efeitos indesejáveis foram primeiramente percebidos.

A partir da revolução gerada pelos adubos sintéticos, a produção agrícola criou seu PRIMEIRO LAÇO DE DEPENDÊNCIA com a indústria química, a indústria da guerra. Entretanto, o seu uso rotineiro fez com que os problemas com pragas crescessem. Paralelamente, desenvolviam-se modernas armas químicas nas primeiras décadas do século XX.

Com o término da II Guerra Mundial, veio a proibição das armas químicas, mas algumas das moléculas básicas se mostraram eficientes, como os inseticidas, abrindo espaço para um novo e lucrativo mercado para a indústria química.

Nesse momento, o agricultor ou a agricultora, voltaram a se ligar a um SEGUNDO LAÇO DE DEPENDÊNCIA com a indústria da guerra. Nos países industrializados, a utilização de inseticidas teve uma rápida expansão no final da década de 1950.

No Brasil, a expansão do uso de inseticidas ocorreu nos anos de 1970, vinculada ao crédito rural cuja liberação era condicionada à utilização dos agrotóxicos. A partir do uso intensivo de adubos sintéticos e inseticidas, os sistemas agrícolas se simplificaram, e numa propriedade onde havia diversificação passou-se a cultivar apenas aquela cultura mais lucrativa. Com o pacote composto de monocultura, adubos sintéticos e inseticidas, ocorreu o crescimento de problemas sanitários com moléstias e plantas espontâneas.

Novamente a solução veio da indústria química da guerra, com a criação dos fungicidas, jogando seu TERCEIRO LAÇO DE DEPENDÊNCIA da agricultura. Os fungicidas possibilitaram o cultivo de determinadas espécies fora daquelas condições normais para as quais haviam evoluído.

O controle de plantas espontâneas antes se operava com o pousio ou por meio de rotações de culturas. Com o sistema de monocultura ficou difícil seu controle. Neste momento, a indústria química jogou seu QUARTO LAÇO DE DEPENDÊNCIA, com a criação dos herbicidas, tornando o/a agricultor/a totalmente dependente de seus produtos.

Foto: Roberta Tressmann é engenheira agrônoma pela Universidade Federal do Espirito Santo (CCA-UFES), com especialização em Agricultura Biodinâmica, e membra e consultora da ABD (Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica) há 15 anos.

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