Catálogo sobre documentos de Augusto Ruschi será lançado na sexta (23)
*Para refletir sobre o papel científico e cultural do naturalista capixaba Augusto Ruschi e contribuir para o conhecimento e conservação da Mata Atlântica no Espírito Santo, será lançado nesta sexta-feira (23) o “Catálogo do Acervo textual de Augusto Ruschi no INMA (Museu de Biologia Prof. Mello Leitão) “, da pesquisadora Alyne Gonçalves e do arquivologista Marcello Furtado, que conta com mais de 3 mil documentos do Patrono da Ecologia do Brasil. *
Em dezembro Ruschi completaria 100 anos se estivesse vivo e vários eventos estão sendo realizados no Museu para lembrar a data. Durante esta Semana Nacional e Semana Estadual de Ciência e Tecnologia (19 a 25 de outubro) será realizado o Seminário “Augusto Ruschi no cenário da difusão científica”, dando ênfase na área de proteção ambiental, onde vários cientistas irão palestrar sobre o tema.
Dentro da programação, nesta sexta (23), tem o lançamento do “Catálogo do Acervo textual de Augusto Ruschi no INMA (Museu de Biologia Prof. Mello Leitão) da pesquisadora Alyne dos Santos Gonçalves e do arquivologista, Marcello França Furtado.
Desde maio do ano passado, a dupla se esmerou e conseguiu apoio, via Secult, para pesquisar, inventariar e documentar este livro, que conta com mais de 3 mil documentos entre cartas, pesquisas científicas, anotações, fotos e um acervo que estava, literalmente, entregue às traças.
Histórias como a do biólogo norte-americano, Paul Abravaya que, após 40 anos, apareceu na cidade na semana em que a historiadora encontrou uma carta de sua autoria. Ele, que havia trabalhado com Ruschi na década de 1960, perguntou a ela se havia encontrado algum documento relativo a uma nova espécie de rato que ele e Ruschi haviam descoberto em Forno Grande, município de Castelo.
A doutoranda disse que não tinha achado nada reportando sobre o assunto, mas que se encontrasse algo enviaria para ele. No dia seguinte, Alyne recomeça suas pesquisas com um calhamaço de documentos que nunca havia mexido e, ao abrir a pasta, da de cara com o registro sobre o rato, que levava o nome de Ruschi-Abravaya.
Essa foi uma das várias coincidências que aconteceram com a pesquisadora durante seu processo de catalogação. O espaço do Museu, por si só, nos conta uma história muito singular: foi cenário de encontros protagonizados por Augusto Ruschi e personalidades ilustres, como Crawford Greenewalt (presidente da DuPont, a gigante norte-americana no ramo químico) e Assis Chateaubriand.
Trata-se de um lugar, portanto, que abrigou a construção de uma rica e variada rede de relacionamentos, compreendendo ainda chefes de Estado, escritores e pesquisadores de grande envergadura.
Sem a irresistível força de atração exercida pelos audaciosos projetos de pesquisa e de militância desse “Don Quixote das Florestas”, Santa Teresa dificilmente atrairia personalidades de tal porte.
Alguns o chamam hoje de visionário e profeta, querem o transformar em herói, mas acho que não é para tanto. Ele simplesmente “adivinhava” os acontecimentos, como a desertificação da floresta de Itaúnas (sim, as dunas já foram floresta), com o conhecimento de um cientista: “Ora! Se retirarem a floresta do lugar os ventos irão trazer areia que irá aterrar a cidade”. E o que aconteceu? Itaúnas é um deserto de areia.
Preveniu ainda sobre a falta de água, com um simples argumento: com o desmatamento a água vai acabar, pois as nascentes irão secar. Ele falava disso há 60 anos e ninguém deu muito assunto no que hoje é a pauta mais discutida no país.
Programação
PROGRAMAÇÃO
**Seminário “Augusto Ruschi no cenário da difusão científica” **
Instituto Nacional da Mata Atlântica / Museu de Biologia Mello Leitão
Santa Teresa, Espírito Santo
22 à 24 de outubro de 2015
Dia 22 – Quinta
Manhã
9h30 – Café com Prosa.
10h – Exibição do Documentário “Augusto Ruschi, Guainunbi”.
10h30 – Abertura Solene com Fala de Autoridades e Convidados.
Tarde
14h – Palestra “Os Institutos nacionais de pesquisa do MCTI”, Dr. Adalberto Fazzio, subsecretário de Unidades de Pesquisa do MCTI.
15h10 – Palestra ”Difusão e Popularização da Ciência no Brasil”, Dr. Ildeu de Castro Moreira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
16h20 – Intervalo.
16h50 – Palestra “História, Meio Ambiente e Difusão Científica na Obra de Augusto Ruschi”, Dr. Sérgio Lucena Mendes e MSc. Alyne Gonçalves, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
Noite
20h às 22h – Atividades culturais.
Dia 23 – Sexta
Manhã
8h – Palestra “Redes de Conhecimento da Biodiversidade no Brasil”, Dra. Ariane Luna Peixoto, Jardim Botânico do Rio de Janeiro
9h10 – Palestra “Novos Desafios e Oportunidades Para a Conservação da Mata Atlântica”, Dr. Clóvis Borges, Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem
10h20 – Intervalo
10h50 às 12h – Palestra “Perspectivas do Instituto Nacional da Mata Atlântica na difusão científica e tecnológica”, Dr. Arlindo Serpa Filho, Instituto Nacional da Mata Atlântica.
Tarde
14h – Palestra “Novas perspectivas para a restauração ambiental através da nucleação”, Dr. Ademir Reis, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
15h10 – Palestra “Os Institutos Nacionais e o Programa de Pesquisa em Biodiversidade”, Dr. William Ernest Magnusson, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
16h20 – Intervalo
16h50 às 18h – Palestra “Ciência e Agroecologia no Brasil”, Dr. José Maria Gusman Ferraz, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA
Noite
19h30 – Lançamento do Catálogo do Acervo textual de Augusto Ruschi no INMA (Museu de Biologia Prof. Mello Leitão) de Alyne dos Santos Gonçalves & Marcello França Furtado.
20h às 22h – Atividades culturais
Dia 24 – Sábado
Manhã
8h30 – Palestra “Ciência e Conservação da Mata Atlântica”, Dr. Fábio Scarano, Conservação Internacional/Brasil
10h – Intervalo
10h20 às 12h – Roda de Conversa com palestrantes e convidados “O que esperamos do Instituto Nacional da Mata Atlântica”