Corpo de vítima do acidente na BR-101 ainda não foi reclamado por familiares no DML de Vitória
Um dos corpos que está no Departamento Médico legal (DML) de Vitória, de uma das vítimas do acidente na BR-101 em Guarapari, não foi reclamado por familiares até as 18h desta sexta-feira (23) e está sem identificação. A informação foi divulgada no último boletim da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
O grave acidente deixou 22 mortos e 21 feridos na manhã desta quarta-feira (22), no km 343 da BR-101, em Guarapari. A batida envolveu uma carreta que invadiu a contramão e atingiu um ônibus e duas ambulâncias. A carreta transportava uma rocha de 41 toneladas, sendo que o limite máximo permitido na rodovia é de 30.
Dez corpos de vítimas que estavam no DML de Vitória já foram identificados e liberados. Onze precisarão passar por exame de DNA para identificação. Mais cedo, a Sesp divulgou que 10 seriam submetidos ao exame, mas corrigiu a informação e disse que essa oscilação é devido ao trabalho da perícia.
Das 12 vítimas da tragédia que deram entrada em hospitais da rede pública do estado, sete já receberam alta até esta sexta, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa). Dos demais, um não resistiu e morreu, um foi transferido para um hospital particular, e três ainda seguem internados.
O governo do estado decretou luto de três dias. Esta foi a pior tragédia em rodovias da história no Espírito Santo, segundo o secretário de Segurança Pública, André Garcia.
Causas do acidente
No acidente, uma carreta invadiu a contramão, atingiu um ônibus e duas ambulâncias. A carreta transportava uma rocha de 41 toneladas. O limite máximo permitido na rodovia é de 30 toneladas.
As causas do acidentes ainda estão sendo investigadas, mas a PRF já identificou que a carreta circulava com pneu careca e más condições.
“Nossa perícia identificou problemas no sistema de freio, pneus sem condições para rodagem e veículo com excesso de peso”, disse Lyra. Embora o veículo estivesse rodando com excesso de peso, o superintendente da PRF disse que não é possível afirmar se ele teria passado por trechos onde deveria ter feito a pesagem.
Dono de carreta é preso
Um dos donos da Jamarle Transportes, Jacymar Pretti, de 63 anos, foi preso em flagrante nesta sexta-feira, segundo a Sesp. A empresa é a responsável pela carreta que causou o acidente. O advogado de Jacymar falou que ainda não vai se pronunciarantes de analisar os autos.
Ele foi autuado por homicídio doloso, quando a pessoa assume o risco e não se importa com o resultado, e será encaminhado ao presídio, onde ficará à disposição da Justiça. A Polícia Civil agora está atrás do irmão dele, que também é sócio na transportadora.
A sede da empresa fica em Baixo Guandu, no Noroeste do Espírito Santo. A Jamarle Transportes Ltda EPP se pronunciou por nota dizendo que lamenta o acidente. “Neste momento, apesar da grande repercussão do acidente, não podemos nos precipitar em apontar as causas ou culpados do evento, sendo prudente aguardar o resultado das investigações”, diz a nota.
Vítimas
- Pelo menos 13 mortos e 19 feridos estavam no ônibus.
- Na ambulância de Jerônimo Monteiro, o motorista morreu. Os outros 5 passageiros tiveram ferimentos leves e não entram na lista de feridos da Sesp porque não precisaram ir para o hospital.
- 3 feridos estavam na ambulância de Alfredo Chaves.
- O motorista do caminhão morreu.
- Há mais 6 mortos que ainda não se sabe em qual veículo estavam.
- 1 ferido grave morreu no Hospital Jayme Santos Neves
Acidente em Guarapari foi maior tragédia rodoviária do Espírito Santo (Foto: Bernardo Coutinho/ A Gazeta)
Perícia
O Corpo de Bombeiros fez a perícia do local do acidente e deve divulgar um laudo em 30 dias. A Polícia Civil também periciou o local e fará outro laudo. As investigações do acidente ficam com a Delegacia de Infrações Penais e Outras (Dipo) de Guarapari.
Balanças da BR-101
As três balanças da BR-101, no Espírito Santo, que servem para medir o peso dos veículos que passam pela rodovia, não estão em operação, segundo o superintentende da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Wylis Lyra. A Agência Nacional de Transportes Terrestres nega.
Fonte: G1