Home > Artes, Letras e Cultura > DIA DAS MÃES É TODO DIA...SERÁ?

DIA DAS MÃES É TODO DIA...SERÁ?

Artes, Letras e Cultura - 15 de julho de 2020

Quem tem mais propriedade para falar das questões referentes à mulher do que ela própria? Por isso, trazemos a crônica de Byanka Meireles Ramos para nos conduzir a uma necessária reflexão.


DIA DAS MÃES É TODO DIA…SERÁ?

No mês de maio, todas as honras são atribuídas a esse ser divino: a mãe. Mas estamos no mês de julho…Se você procurar na internet, dificilmente vai encontrar, sequer, uma simples homenagem de um filho reconhecendo o Dia das Mães no dia de hoje. Entretanto, muitas são as sátiras feitas a respeito dos comportamentos típicos de mãe. Isso sim, você vai encontrar uma nova praticamente todos os dias!

Há aqueles que se vestem de mulher. Bonita, arrumada, cheirosa? Não… descabelada, suada, ameaçadora, usando avental, com colher de pau nas mãos, dizendo frases feitas do tipo: “Se eu for aí e achar…”; “Da próxima vez que você fizer isso…”.

Caro leitor, você precisa concordar comigo. Um dia de poesia e o resto do ano de protagonismo nesse humor macabro postado nas redes sociais é demais, até para mães. Afinal de contas, ser mãe nunca foi tarefa fácil!

Há quem acredite que a maternidade é feita apenas de flores. “Mãe que é mãe não reclama. Seu único dever é o amor incondicional pelos filhos”. É que dizem por aí as más línguas. Mas mãe é gente! Se você é mãe como eu, há de convir comigo.

Tudo começa muito bem, aí vem aquele barrigão. E meses depois, você vira uma mamadeira! Parece que toda água do mundo não é suficiente para você, porque aquela criança, que você ama mais que a si mesma, está acima de qualquer coisa e, nesse momento, suga no seu seio, todo rachado, um pouco da sua alma.

Mas chega o tempo de aquela criatura pequenina ir para a escolinha. Que maravilha! Que sofrimento! Você pode encontrar filas de mães escondidas por trás das portas das creches. Depois cresce, traz milhões de alegrias! E a sua própria alegria parece estar ligada à existência dela.

O dia em que uma santa alma resolve ficar com a criança para você curtir com seu marido uma horinha… Acaba o assunto! E no meio do barzinho, para quebrar o silêncio, aparece aquela frase: “Estranho a gente aqui sem ela, né?”.

Se tornam adolescentes! Ai, a adolescência!

Por isso que eu digo, aquele conceito de que ser mãe dói, não está ligado ao parto, mas à adolescência! Todo conflito vivido pelo filho…é da mãe! Porém, em escala infinitamente aumentada.

Não sabemos se discordamos deles, se concordamos com eles, se colocamos de castigo ou se apenas damos um abraço forte. E com todas as razões de mãe, ainda pensamos: “É meu bebê! Eu também já fui assim!”.

O bom é que um dia eles ficam independentes e vão viver suas vidas!

O quê? Vivem suas vidas e se esquecem da gente? Isso não tem condições! Ninho cheio é ninho cheio! Muita comida, muito barulho, nada de sono à sesta! Não admito o ninho vazio!

Toda mãe precisa ter por debaixo das asas os seus pintinhos, colocar a filharada nos colchões dentro do quarto e dormir, bem aconchegados nas noites frias! Mesmo que a contragosto do marido.

Ah, o marido! Vive reclamando que perdeu a vez, que foi passado para trás! Não sabe o que é ser mãe, o coitadinho! Vive lá seus dilemas de pai.

Diante desse grande desafio de ser mãe, caro leitor, veja bem se podemos admitir tanta piada com nosso nome na internet?

Afinal, melhor ou pior do que ser mãe, só mesmo é …TER mãe!

Começo agora a refletir sobre aquelas perguntas: “Você já lavou a louça? Hoje é seu dia!”, “Como você foi na escola?”; “Aonde você vai? Com quem?”; “Você sabe quanto custa?”.

Bem, precisamos concordar que ter mãe também não é fácil! Aquelas ideias tão diferentes das nossas…e toda a preocupação com coisas que nos parecem ser tão simples!

Ter mãe é para os fortes! Mas a vida sem elas não teria nenhum sentido!

Então, onde está o problema? O problema está no mau gosto. Na banalização!

O dia das mães É todo dia! E aquele que reconhece a sua importância, não faz piada com o seu jeito de viver, apenas entende que: o “ser” mãe pode até ser engraçado, mas com certeza, merece todo respeito!

Byanka Meireles Ramos (18/04/1980)

Natural de Santa Teresa e residente em Santa Maria de Jetibá. Atua como professora na rede pública municipal de Ensino de Santa Maria de Jetibá, atendendo alunos do Ensino Fundamental II, na disciplina de Língua Portuguesa. Também atua na rede Estadual de Ensino como PCA e professora de Língua Portuguesa, atendendo alunos de Ensino Fundamental II e Ensino Médio.

Casada, mãe de dois filhos e apaixonada pelas Letras.

Por: Antonio Neto

COMPARTILHE
Noticias Relacionadas:
A VOCÊ,  MULHER
Cultura
A VOCÊ, MULHER7 de março de 2022
VELHAS EMOÇÕES
Artes, letras e cultura
VELHAS EMOÇÕES3 de março de 2022
PROJETO DE LEITURA COM MULHERES
Artes, letras e cultura
PROJETO DE LEITURA COM MULHERES3 de março de 2022
UM UNIVERSO DE DESAFIOS E POSITIVIDADE
Artes, letras e cultura
UM UNIVERSO DE DESAFIOS E POSITIVIDADE 8 de fevereiro de 2022