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Dia do Imigrante Pomerano, 28 de junho de 2016.

Cidade - Cultura - Eventos - Geral - Notícias - Santa Maria de Jetibá - 27 de junho de 2016
O dia do Imigrante Pomerano é comemorado em 28 de junho. Esta data foi instituída no calendário oficial do Estado pela Lei 9.258/2009 de autoria do Deputado Atayde Armani e sancionada pelo governador do Estado PauloHartung, no dia 28 de junho de 2009.

Foto/Divulgação: TV Câmara SMJ Foto/Divulgação: TV Câmara SMJ

Em 1859 desembarcavam no Espírito Santo os primeiros imigrantes pomeranos formado por 27 famílias, no total de 117 passageiros, todos agricultores e luteranos. Partiram do porto de Hamburgo, na Alemanha, a bordo do navio Eleonor em fins do mês de abril de 1859. O transatlântico entrou no porto do Rio de Janeiro depois de dois meses de viagem. Após essa breve escala na capital do império, reembarcaram no navio São Matheus e, finalmente, no dia 28 de junho, desembarcavam no porto de Vitória.

Eram procedentes da parte oriental da Pomerânia, a exemplo da grande maioria dos pomeranos que chegaram posteriormente ao Espírito Santo. As crianças ultrapassavam um terço do grupo. Apesar da longa viagem não se observaram óbitos entre os passageiros, como era comum naquela época, nos desconfortáveis navios que traziam os imigrantes. Ao todo, foram 2.223 colonos de origem pomerana, conforme dados levantados para o Projeto

Imigrantes Espírito Santo.

Para alcançar os lotes coloniais,

seu destino final, os imigrantes tinham ainda que subir o rio Santa Maria, em canoas empurradas pelos escravos, até chegar ao então Porto do Cachoeiro, atual cidade de Santa Leopoldina. Lá, receberam lotes em uma região montanhosa, lugar que se expandiu e fez nascer, no século XX, o dinâmico município de Santa Maria de Jetibá. Cada família recebeu sua porção de terra em meio à floresta virgem.

Tiveram de providenciar suas próprias habitações, adaptando-se a novos costumes, em um ambiente que lhes era muito hostil e extremamente diverso das vastas planícies litorâneas da Pomerânia. Ao mesmo tempo, procuravam manter seus ideais, valendo-se de seus dotes culturais, da fé, do trabalho e principalmente, da esperança de um futuro mais promissor para as gerações vindouras. Sua cultura é um patrimônio que nos orgulha e deve ser constantemente valorizada.

Como era usual entre os pomeranos, foi providenciada a instalação de uma escola, uma capela e uma casa pastoral, precedida pela demarcação do cemitério, em 1879. Três anos mais tarde, já estava concluída a construção da escola que servia igualmente como capela para a comunidade celebrar os seus cultos. Inaugurada em 1882, com a celebração do primeiro culto em Santa Maria, essa igreja foi construída na localidade hoje denominada São Sebastião.

A adaptação desses imigrantes não foi muito fácil, pois tentaram implantar as culturas de seus países de origem e não foram bem sucedidos. Alguns migraram para outras regiões, normalmente de terras mais quentes como as do norte do estado do Espírito Santo, que acreditavam ser melhor para a lavoura e para habitação. As principais famílias que se instalaram na região, foram: Klens, Henke, Berger, Foesch, Boldt, Hackbart, Bausen, Kosanke, Ruge

Foto/Divulgação: TV Câmara SMJ Foto/Divulgação: TV Câmara SMJ

, Siebert, Holz, Kruger e Seick.

Nos primeiros tempos de colonização havia um forte espírito de união. As famílias se reuniam, liam a Bíblia e discutiam seus problemas. O mutirão representou também importante papel entre os antigos pomeranos. Os moradores de uma determinada região uniam-se para ajudar o colono a barrear a casa, fazer uma colheita ou roçar uma área. Esses trabalhos coletivos terminavam à noite com um baile em que o dono da casa oferecia cerveja, pão (broud) e carne de galinha.

A primeira casa foi construída na localidade de São Sebastião pelo Sr. Fritz Klemps e ficou conhecida como “Casa de Recepção”. Na localidade de Santa Maria, a primeira casa foi construída pelo Sr. Frederico Grulke. A construção era de pau-a-pique, do tipo sobrado, onde o proprietário instalou residência e comércio.

Foto/Divulgação: TV Câmara SMJ Foto/Divulgação: TV Câmara SMJ

No período entre as duas grandes guerras, muitos colonos estavam migrando para o norte do Estado, motivados pela perspectiva de compra de terra barata e apropriada para o plantio de café. Era necessário, portanto, que se desse ao colono uma nova perspectiva de rentabilidade para fixá-lo na região. Foi com essa preocupação que Napoleão Fontenelle da Silveira, prefeito de Santa Leopoldina, tomou a iniciativa de fundar, em 1935, a Estação de Fruticultura de Santa Maria de Jetibá. A estação chegou a contar com mais de 600 espécies de frutas em experimentação e foram distribuídos mais de meio milhão de enxertos dessas plantas. Isso trouxe grande desenvolvimento da horticultura e, consequentemente, progresso para a região.

A primeira estrada de rodagem de Santa Maria de Jetibá foi construída pelo comerciante Frederico Grulke, ligando seu comércio a Alto Caldeirão, onde acabava de ser construída, em 1924, a rodovia estadual Santa Teresa/Santa Joana. Na mesma época, o Sr. Germano Krüger, de São Sebastião, construiu a estrada ligando sua propriedade à estrada Santa Maria/Alto Caldeirão. Todas as estradas municipais foram construídas à mão e deram um novo peso à economia do município. Aquilo que no lombo de burro levava dias para ser transportado, de caminhão levava horas. Houve um grande incremento da produção, especialmente de hortigranjeiros.

Santa Maria de Jetibá foi emancipada no dia 6 de maio de 1988, através da Lei Estadual n° 4.067, desmembrando-se do município de Santa Leopoldina. Atualmente, é um dos núcleos mais populosos do povo pomerano no

mundo. Parte da população local ainda se comunica através da língua pomerana, sendo que algumas pessoas mais idosas precisam, muitas vezes, da intermediação de intérprete. Sua cultura é um patrimônio que nos orgulha e deve ser constantemente valorizada.

Texto: TV Câmara de Santa Maria de Jetibá

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