Doeu, mas acabou!

Por Carlos da Fonseca, diretor do Jornal Nova Notícia.

A Copa do Mundo da Rússia já tem uns dias que acabou, porém a sensação que o comum dos mortais – como eu, por exemplo – tem, é a de que já se passou um século, apesar da mídia esportiva fazer questão de a toda a hora repetir, por inteiro, os vídeos das diversas partidas do melhor futebol que se viu ao vivo. Aqui, o comum dos mortais, eu, também achava, antes da copa, que a seleção brasileira era favorita ao título de campeã, por ter em todos os setores do campo, desde o goleiro ao ponta esquerda, a nata dos melhores jogadores, valorizada a peso de ouro e se esbaldando nos mais badalados clubes de futebol deste e do outro mundo. Aí, como se desvaneceu a teoria de “os melhores” também se desvaneceu a teoria do favoritismo e de ser campeã. E tudo ficou no passado como ficou em 2014 no nosso próprio campo. Parece-me que o povo brasileiro que comprou apitos, cornetas, bandeirinhas camisas, tinta verde e tinta amarela, ficou tão desiludido que o que quer é deixar pra lá. Extorquido que se sente de um sonho mal sonhado. Mesmo tendo gasto os tubos com essas bugigangas para torcer por uma posição de campeão que faz tempo não tem em lugar nenhum do conturbado cenário brasileiro quer político, quer econômico, quer social, quer esportivo… ou seja lá o que for. Doeu, mas acabou! Não mais do que o que está continuamente doendo e que não acaba nunca quando precisamos de segurança pública, de educação, escolaridade, saúde, emprego, habitação, falta de políticas públicas que não nos deixam antever, sequer, que esse jogo possa ir para os pênaltis e talvez aí possamos ter a sorte de o adversário não acertar o gol.