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Memórias revisitadas em fotografias de escolas do campo

Artes, Letras e Cultura - 5 de dezembro de 2020

Sempre tive fascínio por fotografias e memórias, e sempre trabalhei com escolas do campo. Unir essas paixões nas pesquisas de mestrado e doutorado, foi determinante para o debruçar-se em torno de um projeto, que transcendeu os limites de uma pesquisa acadêmica, vindo a ocupar meus espaços e horizontes de vida. O período dedicado à educação em escolas do campo, como professora e depois como supervisora escolar, trouxe a experiência e o respeito pelo trabalho realizado nessas escolas. Além disso, ser filha de pai agricultor e de mãe professora leiga de escola do campo foi determinante para esse direcionamento, fruto do pertencimento ao universo cultural campesino.

As pesquisas realizadas com as escolas multisseridas Emuef João Guilherme Germano Borchardt e Emuef Adolpho Pagung, localizadas na comunidade de Jequitibá e alto Jequitibá, em Caramuru, buscou nos acervos nos acervos fotográficos das professoras Dorothéa Göering Hartwig e Melinda Borchardt Treichel, assim como das famílias do lugar, as memórias dos sujeitos que fizeram a história daquelas escolas e daquelas comunidades. Como resultado desse estudo, temos a publicação do livro “Escola com classes multisseriadas: memórias na mediação fotográfica”, lançado pela editora Appris em 2018 e a realização da exposição fotográfica “Um olhar sobre a escola e a comunidade: recolorindo o passado”, aberta para a comunidade no dia 15 de agosto de 2019, no auditório do IFES, Campus Centro-Serrano. A exposição representou a culminância de um trabalho desenvolvido em parceria com o professor de Artes do IFES, Marcelo Gandini, em atividades colaborativas com as crianças e com as escolas.

As pesquisas realizadas trouxeram importantes reflexões sobre a importância das fotografias para o conhecimento do passado. Para além do valor afetivo, as imagens que integram o acervo estudado, são documentos históricos e fazem parte da memória fundante do lugar. Como tal, podem trazer o conhecimento da identidade histórica e cultural da comunidade de Caramuru e – considerando as áreas que lidam com o patrimônio documental – possibilitar a elaboração de políticas públicas com relação à memória das comunidades pomeranas. Além do que, as memórias revisitadas fortalecem o vínculo de pertencimento à escola e revitalizam as lutas dos sujeitos do campo por melhoria da educação em seus contextos.

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