A síndrome do final do ano existe?

Por Ana Gabriela Rauta Siller, psicóloga.

Ano passado, nesta mesma época, escrevemos sobre o final de ano que, para muitos, é considerado como uma data festiva, com celebrações e presentes. Mas, nem para todo mundo esse sentimento se perpetua. Por isso, resolvi escrever sobre este tema, de novo, por que o acho pertinente para este exato momento.

Desta forma, com o final de ano se aproximando, algumas pessoas passam a demonstrar sentimentos negativos, como angústias, tristeza profunda e, principalmente, sensação de desamparo. O Centro de Valorização da Vida (CVV) – uma Organização Não Governamental que oferece apoio emocional e prevenção do suicídio 24 horas por dia – divulgou dados onde demonstra que no mês de dezembro, nesta época, o número de ligações telefônicas recebidas aumenta em média 15%. O risco é sério! E porque isso acontece?

Nós somos tomados por um sentimento de urgência, ou seja, terminar os projetos iniciados e o planejamento para os próximos anos que está por vir. O problema é que nesta época as pessoas se encontram degastadas pelo cansaço e estresse de todo o ano de trabalho e, dessa forma, é natural

que as percepções não sejam as mais apuradas.

Com isso, esquecemos e deixamos de valorizar todas as pequenas conquistas, alegrias e, porque não, as tristezas, que também nos fizeram repensar a nossa vida e que, muitas vezes, provocaram mudanças muito significativas. SIM! A tristeza também pode vir para somar! Então, proponho que neste final de ano nossa sabedoria seja ampliada por novas percepções.

Por que não aproveitar o final do ano e pensar no que você pode mudar para ter melhores consequências no próximo? Efetivamente, falamos muito sobre as possíveis mudanças, o que o tempo proporcionará para nosso futuro, mas esquecemos de colocar em evidência o que estamos fazendo no agora da nossa vida.

Boas Festas!