Robusta (conilon) ganha mercado internacional
Pesquisa sobre percepção do café brasileiro no mercado europeu mostra que identidade do produto pode agregar valor
A percepção dos europeus em relação aos cafés brasileiros foi tema de recente pesquisa do professor da Universidade de Brasília (UnB), Dr. José Márcio de Carvalho. O trabalho teve como objetivo estudar mercado para cafés especiais e descobrir alternativas de comercialização para este nicho de cafés. Para realizar o estudo, o professor visitou quatro países: Espanha, Inglaterra, Portugal e Suécia. “Entrevistei as principais cafeterias de diferentes lugares e procurei identificar padrões de compra, como se relacionam com os fornecedores e como se relaciona com o segmento de produção agrícola”, diz Carvalho.
Segundo o professor, o conilon é usado principalmente no mercado mais tradicional da Europa, que as pessoas gostam de café mais forte e ‘vão atrás da cafeína’. Nesse mercado, o conilon tem participação muito expressiva. “Em mercados mais sofisticados, como é o caso da Inglaterra, identifiquei empresas que vendem cafés especiais robusta e estão expandindo essa vendas. Nesse caso, trabalham com fornecedores que tem identificação de origem, que tem claramente uma identidade, uma marca”, destaca o professor da UNB.
O estudo aponta que está havendo uma mudança estrutural de grande porte para o conilon com o mercado internacional sendo mais ocupado pelo café do Vietnã que tem política agressiva de produção e que está vendendo cada vez mais seu café robusta nos mercados da Europa e da Ásia. “Isso mostra que produtores, agências públicas e envolvidos com a cafeicultura precisam adotar política especifica de apoio a competitividade do café conilon. O Vitenã é um competidor bastante agressivo em termos de custo e, caso não se consiga reverter essa situação, o Brasil poderá ter uma participação decrescente no mercado em relação ao conilon”, alerta José Márcio de Carvalho.
A pesquisa foi divulgada para cafeicultores capixabas no VI Encontro Estadual do Conilon Descascado realizado em Santa Maria de Jetibá pela Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi).
Ouça a entrevista com o Prof. Dr. José Márcio de Carvalho a respeito da pesquisa e do mercado para o conilon:
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Fonte: Campo Vivo