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Vamos pensar sobre adoção?

Coluna Pedagógica - Notícias - 17 de setembro de 2019

Permito-me fazer uso de uma linguagem coloquial, carregada de muito sentimento, para além da razão e fatos apresentados. Quando me formei na graduação, meu trabalho de conclusão de curso (em parceria com uma amiga) foi baseado no tema “As Crianças de Instituição de Acolhimento e Sua Relação Com a Escola”. “Instituição de Acolhimento” é o que muitos chamam de orfanato, só que a maioria das crianças que lá são acolhidas não são órfãos! Conheci duas meninas, negras, com idade de 09 anos. Além de estar presente no abrigo, também visitava a escola e a sala de aula das meninas. Era comum em suas falas não aceitarem estar nessa condição. Por estarem na instituição, alguns colegas de escola diziam que elas não tinham mãe. Mas, no fundo, eles não tinham a menor noção do que é “um abrigo”. Ao findar da pesquisa e do trabalho realizado, sugerimos que as crianças da

escola fossem conhecer o abrigo. No final, as meninas da instituição nos disseram: “poxa tia, que legal ter nossos amigos na nossa casa!” Nenhuma criança estará em “um abrigo” se não for realmente necessário afastá-la da família quando esta, ao invés de proteger e dar segurança, a expõe às mais variadas situações que uma criança jamais devia passar. Bem como, a escola necessita conhecer e manter parceria com a família para que seus resultados sejam mais proveitosos, neste caso específico de conhecer a “Instituição” que infelizmente carrega grande preconceito por falta de informação e de pré-julgamento. E você sabe o que acontece com os adolescentes que vivem em abrigos quando atingem a maioridade? São convidados a se retirar da instituição, pois deixam de ser “responsabilidade” do estado!. Já escrevi em outros textos, que a criança é responsabilidade de todo mundo, a forma como ela será criada e educada impacta toda a sociedade! Ninguém vive em bolha! E esse pensar é justamente o que nos torna cada vez mais egoístas e mais fechados em nossos mundinhos particulares. Nos “abrigos” dificilmente se encontra um bebê branco e de olho claro, porém encontramos muitas crianças com idade superior a 5 anos que só uma minoria quer adotar. A adoção não é para fazer desse adulto que adota uma criança um salvador da pátria. É simplesmente para a criança torna-se um adulto cidadão de pleno direito. Com uma família que lhe dê amor e lhe propicie meios de vida para ser mãe ou pai, também. Adoção é ter um filho de coração e não de barriga. Quem sabe o seu filho de coração não esteja lá, em um desses abrigos espalhados por aí?! Visite um abrigo! Não deseja adotar, apadrinhe! Dê à criança uma convivência de família; dê oportunidade de um passeio… de tomar um sorvete… de ler um livro… de fazer um monte de coisas que todas as crianças precisam e merecem fazer! Vença o preconceito!

*Por Elânia Casagrande *

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