Vazamentos secam duas barragens em São Roque do Canaã
As duas maiores barragens em São Roque do Canaã, no Noroeste do Espírito Santo, estão secas por causa de vazamentos. As estruturas foram construídas pelo governo do estado e juntas custaram mais de R$ 2 milhões. A Secretaria Estadual de Agricultura explicou que as obras não estão prontas ainda e que a previsão é de que os reparos sejam feitos em até 60 dias.
A chuva do início do mês encheu a barragem que fica em Agrovila, interior do município, mas tudo o que estava armazenado vazou. A barragem estourou na semana passada. A força da água abriu um buraco por baixo da represa e a enxurrada fez uma enorme valeta. Enquanto nenhum reparo é feito, a água que poderia estar sendo armazenada continua vazando.
Délcio Milli, produtor rural.
A barragem tem capacidade para armazenar até 45 milhões de litros de água. Mais de 150 produtores rurais da região seriam beneficiados se o reservatório estivesse cheio.
Produtores como o seu Délcio Milli, que tem 80 pés de banana plantados em Agrovila. “A gente fica preocupado com essa água que não tá estocada mais, para na hora do socorro da seca, a gente poder usar ela”, disse.
Outra barragem que também apresentou vazamento foi a de Alto Santa Julia. A água saiu por uma fenda na lateral. Ela é a maior barragem do município, com capacidade para armazenar até 130 milhões de litros de água.
“O período de chuvas já está passando e como as duas barragens estão secas, nós podemos ter dificuldades com o controle dessa vazão da água do rio, tendo falta para irrigação e também para a Cesan fazer a captação”, explicou o secretário municipal de Agricultura, Genésio Barcelos.
Para enfrentar a estiagem, o município conta com represas menores feitas pela prefeitura. “Nós fizemos 20 barragens no ano passado, de porte menor, mas por causa dessa preocupação de as barragens maiores não darem conta. Essas barragens ficam em propriedades particulares”, disse o secretário.
Barragem de Alto Santa Julia.
Governo
O gerente de obras rurais da Secretaria Estadual de Agricultura (Seag), Winker Denner, disse que a previsão é de que em 60 dias os reparos já estão finalizados. Ele ainda explicou que as obras não foram oficialmente entregues.
“Nós estivemos visitando o local imediatamente depois que aconteceu o fato. Não temos previsão ainda de quando essas obras vão terminar, mas acreditamos que dentro de uns 60 dias. Também não temos ainda previsão de custo, até porque esse custo não é nosso. É uma obra que ainda não foi entregue, aconteceu um primeiro enchimento por conta de chuvas que vieram e nesse momento identificou-se o problema, mas essa obra não foi entregue ainda. Por conta disso, os reparos que precisarem acontecer são por conta da empresa. Eu acredito que num prazo de 60 dias tudo seja concluído, mas tudo que se refere a barragens, estamos sempre sujeitos a surpresas”, disse.
Informações: G1 ES
