A FÉ NA LINHA DE FRENTE
Por: José Renato Coan
As pessoas passaram a se questionar mais sobre a própria fé no momento que efetivamente entramos na pandemia e ela passou a fazer parte da linha de frente dos assuntos comentados e discutidos principalmente nas redes sociais. Fé acabou virando gênero de primeira necessidade no momento em que o isolamento impede o contato social. Sendo a fé algo pessoal e intransferível, ela se permite ser vivida mais intensamente durante a quarentena. No entanto, essa mesma fé tem sido usada para promover verdadeiros abusos por diversas autoridades religiosas, que vem se utilizando desse recurso humano para se auto promoverem, promoverem suas agremiações religiosas, e mais uma vez, usar o despreparo e o desespero humano para alavancar polpudas contas bancárias “mascaradas” de dízimo. Tem líderes religiosos vendendo a semente que cura a covid-19, tem líder realizando “culto especial” de cura e libertação do corona, tudo isso em troca de ofertas bem generosas como o caso do Pastor que vendia a semente contra o corona por mil reais. Sem contar que atualmente os midiáticos líderes religiosos estão se arvorando no direito de darem opinião em tudo, política, futebol, outras religiões, cultura, arte, sociedade, costumes e uma discussão que era restrita a bem pouco tempo aos templos religiosos tomou conta das redes sociais: a sexualidade de terceiros. Isso tudo em nome da fé. Ou seja, fé tem que ser de acordo com aquilo que cada um acha relevante para a sua agremiação religiosa, ou então a fé tem de ser comprada, literalmente, a custo do sacrifício de muita gente, que na sua maioria tem pouca instrução e pouca informação. São pastores, padres, apóstolos, lideres religiosos que às vezes, pela forma como anunciam e projetam a fé, me fazem ter certeza, que Deus, na acepção mais justa e divina da palavra, está em todos os lugares, inclusive nos mais inóspitos, mas dificilmente estará nas igrejas que são lideradas por esse tipo de gente. Oremos…