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E o casarão cai ou não cai?

Cidade - Notícias - Santa Teresa - 19 de agosto de 2015

Há mais de dois meses o casarão da família Bassetti, em Santa Teresa, tem sido o comentário geral da cidade por conta do projeto da Prefeitura Municipal que pretende derrubar o espaço para a construção de uma ponte. Parte da população está a favor da derrubada e parte está contra.


O Nova Notícia foi às ruas saber dos comerciantes o que eles acham que deve ser feito no centro. Os motivos são variados: uns acham que com a demolição, vai melhorar o tráfego de caminhões na Avenida Getúlio Vargas. Outros afirmam que vai descaracterizar o conjunto de prédios na Rua de Lazer e quem ainda está em dúvida opta por ser feito um projeto urbanístico e ambiental, para que se entenda o que é necessário para a cidade.

A dúvida fica por conta do comerciante Carlos Eduardo que acha melhor fazer um planejamento antes de qualquer conclusão precipitada. “O casarão é descaracterizado, no entanto não é com a derrubada dele que a questão do trânsito vai ser resolvida. Sou a favor de um planejamento, um estudo de viabilidade técnica no local com estudo de impacto ambiental. Tem que ver os prós e contras e não somente fazer por fazer“, avaliou.

O auxiliar de escritório, Alan Comper, acredita que com a nova ponte a circulação de veículos na cidade vai melhorar e vê a derrubada como benéfica. “Já que o próprio dono autorizou, então acho válida a derrubada”, disse. O mesmo pensamento tem seu colega de trabalho, Márcio Adriano Valger.

O casal Paulo Sérgio e Andressa Salviato acha que é uma questão de evolução e é a favor da derrubada. “Parece que há um projeto para fazerem um contorno por Alto Santo Antônio, porém se fizerem essa passagem por fora do centro, creio que vai acabar com o comércio local”, analisa Paulo.

Há quem seja totalmente contra o projeto de derrubada. O comerciante M.C. não quis se identificar, mas acredita que se a “casa cair” abre mais precedentes para derrubar outras casas históricas. “É motivo para derrubar mais casas históricas. Poderiam desapropriar, mas ao invés de ponte, reforme o imóvel e o transforme em um teatro ou cinema”, disse.IMG_1182

O casarão é de 1932 e já foi descaracterizado, inclusive está cheio de rachaduras. No entanto ele harmoniza com os outros prédios da Rua Cel. Bonfim, conhecida como Rua de Lazer. A Secretaria de Cultura do Estado (Secult) e o Conselho Estadual de Cultura (CEC) estiveram em Santa Teresa no dia 21 de julho e deram início a uma análise para um possível tombamento de imóveis no centro histórico do município, incluindo o casarão dos Bassetti.

“Sou a favor de um planejamento, um estudo de viabilidade técnica no local, com estudo de impacto ambiental. Tem que ver os prós e contras e não somente fazer por fazer”

Carlos Eduardo, comerciante

Já o promotor Humberto Alexandre Campos Ramos encaminhou no dia 27 de julho ao juiz de Santa Teresa, uma ação estabelecendo que devem ser feitos estudos antes de derrubar o Casarão. Ele determina ainda multa de R$ 1,3 milhão para o prefeito, caso ele faça a demolição antes disso.

A medida foi tomada após a Defesa Civil Municipal de Santa Teresa interditar parcialmente o local, que fica no Centro da cidade. Por conta dessa decisão o prefeito chegou a desistir de construir a ponte, mas logo voltou atrás e disse que vai fazer “uma via alternativa” para amenizar a passagem de caminhões pelo centro. O prefeito enviou ainda um projeto de lei para a Câmara Municipal para que o lote e o prédio fossem considerados de utilidade pública, mas retirou-o da pauta.

Casal Paulo e Andressa Salviato

A favor da derrubada do Casarão

“Somos a favor da derrubada do casarão, até porque outro casarão com quase 100 anos também já foi derrubado no centro. No entanto essa ideia de fazer uma passagem por fora vai acabar com o comércio. É uma questão de evolução para a cidade” –

Paulo Sérgio Salviato e Andressa Tesch Salviato, comerciantes


** Contra**da derrubada do Casarão

10256845_697341340322222_6390170411767202948_o (1)“Qual o benefício que o tráfego dessas carretas no centro da cidade trará? Até onde sei essas carretas não incrementam em nada nossa economia. Por que essa resistência para a construção do contorno? Por que não se discute essa desapropriação com a participação popular onde poderão ser debatidas diversas opiniões e até mesmo ser apresentado o projeto até agora desconhecido?” –

Priscila Pizziolo da Motta, arquiteta e urbanista

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