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Jovem da “terra do xadrez” é prata nos Jogos Escolares 2015

Cidade - Educação - Esporte - Notícias - Santa Maria de Jetibá - 7 de setembro de 2015

Natural de Santa Maria do Jetibá (ES), Abias Jacobsen aprendeu dialeto alemão antes do português e se dedica ao xadrez, esporte incentivado no colégio em que estuda.

Por Juscelino Filho

Quem nasce em Santa Maria do Jetibá, município distante 80km da capital do Espírito Santo, Vitória, aprende pomerano (um dialeto do alemão) antes do português. E em vez do futebol, basquete ou vôlei, é incentivado a praticar xadrez. O município, considerado como a capital do esporte no país, foi muito bem representado nos Jogos Escolares da Juventude. Abias Jacobsen, de apenas 14 anos, faturou uma medalha de prata na competição que ocorre em Fortaleza.

Segundo dados recentes do IBGE, de 2014, o município tem pouco mais de 38 mil habitantes. Tem a população formada basicamente por imigrantes pomeranos, descendentes de um povo que ocupava uma região onde hoje está o norte da Polônia e da Alemanha. Em solo capixaba, a tradição se mantém. O dialeto é ensinado às crianças antes do português, aprendido apenas na escola. No colégio, o xadrez é tratado como disciplina, assim como a história e a matemática.

– Aqui em Santa Maria, a gente tem aula de pomerano. Vale nota e vai para o currículo. Foi a primeira língua que eu aprendi a falar. E o xadrez aqui é disciplina, do primeiro ao quinto ano. A partir do sexto, até o nono ano, o xadrez é incluído na matemática. Temos aula de xadrez – explica o enxadrista Abias Jacobsen.

Em Fortaleza, Abias conquistou a prata de maneira invicta. Venceu três partidas e empatou duas. Longe de casa, usa o pomerano até para falar com os pais, pelo telefone. A reação dos colegas de delegação é sempre a mesma.

– Todo mundo acha estranho. Perguntam: “Que idioma é esse?”, mas eu acho engraçado. Já me acostumei – brinca Abias.

A experiência em Fortaleza foi positiva. Abias não era um dos favoritos, mas surpreendeu. Para a família, a medalha de prata tem o mesmo valor de uma dourada.

– Foi muito massa, lá (em Fortaleza). Torneio foi difícil, com jogadores muito fortes, que já têm tradição de xadrez. Daí cheguei no meio deles e tentei. Estava em sétimo no começo, mas depois fui melhorando, ganhando algumas e empatando outras. Foi difícil mesmo – afirmou o enxadrista.

Mesmo sendo um dialeto do alemão, o capixaba garante: quem fala alemão, não necessariamente vai entender o pomerano. Para Abias, falar mais de um idioma ajuda a ter disciplina para o xadrez.

– Falar um segudo idioma abre sua mente. Você vê o mundo de outra forma. Quem fala pomerano tem facilidade de aprender inglês. Se tiver, um dia, um torneio internacional, isso vai me ajudar, né?

Centrado, Abias ainda não decidiu o que quer ser no futuro. No entanto, não pretende deixar o xadrez de lado.

– Tem pessoas que me falam para eu ser professor de xadrez no futuro, mas não acho que vá dar certo. Viver do xadrez é difícil. Não tem muito patrocínio. Eu acho que não dá. Quero fazer alguma faculdade e com o dinheiro da faculdade, quero jogar xadrez – concluiu.

Vitor Amorim Fróis, de 13 anos, de Minas Gerais, ficou em primeiro, vencendo quatro partidas e acumulando quatro pontos. Com o empate na final, o mineiro fez 4,5 pontos, contra 3 pontos do segundo colocado, Abias Jacobsen, da EMEF João Lauvers (ES). Alberto Tonhati Bonvini, de São Paulo, ficou em terceiro lugar.

Fonte: globoesporte.com

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