NÃO! Este mês reafirmamos não à cobrança pelo uso da água na agricultura familiar
** **Este mês, a Agricultura Familiar de Santa Maria de Jetibá e de todo o Espírito Santo, passou por um momento histórico. Uma luta que começou no final de 2016 pelos agricultores, em sua maioria familiares de nosso município e, em 2017, com um “abaixo assinado” que, após reuniões nas comunidades e, depois, com a ajuda de todas as instituições que apoiam a agricultura, alcançou mais de 16.000 mil assinaturas e se espalhou para todo o Estado. Fizemos diversas reuniões com o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria da Vitória – algumas polêmicas e outras até humilhantes para nossos agricultores – mas, este mês, mostramos que grandes desafios podem ser vencidos com luta e união de todos. Como aconteceu em plena segunda feira, dia 03 de junho do ano corrente, quando levamos mais de 200 agricultores e lideranças do nosso município até à Assembleia Legislativa do Estado, para acompanhar a votação do Projeto de Lei que visava isentar a Agricultura Familiar do Espírito Santo de pagar pelo uso da água em suas propriedades, cujo Projeto foi aprovado por unanimidade pelos Deputados Estaduais. Devemos esta Luta e esta União, em primeiro lugar, aos agricultores familiares do município que nunca perdem a esperança; em segundo lugar, às nossas lideranças, motivadas pelos agricultores para continuarem lutando, também, por esse direito. Lideranças Religiosas, Associações Agrícolas, Cooperativas Agrícolas, Associação Comercial, Prefeitura de Santa Maria de Jetibá, Câmara de Vereadores, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Espírito Santo e o nosso Sindicato dos Trabalhadores(as) Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Santa Maria de Jetibá que iniciou esta luta em 2016 consequentemente se expandindo para todo o Estado, muito obrigado!
Em todo este tempo de luta a fala de um agricultor se fez destacar:
“Toda a água usada por mim, em minha propriedade, para produzir alimentos para sustentar minha família e alimentar tantas outras, é renovada com vida. Pego minha água na nascente, que aprendi a preservar com meus pais, jogo ela em minhas plantações; parte dela evapora e vira chuva, outra parte é filtrada pela terra e volta para minha nascente; o resto vai dentro do alimento que produzo. Este é o ciclo da água em minha propriedade”
Como diz um texto bíblico: “há um tempo para tudo”. Este mês foi o tempo da Agricultura Familiar de Santa Maria de Jetibá e de todo o Estado do Espírito Santo mostrar a sua força.
As mãos que plantam, cuidam e colhem, também sabem exigir a manutenção de seus direitos. Este mês dissemos não à cobrança da água da agricultura familiar…
Por Egnaldo Andreatta
