O BRASIL E A TÁBUA DE TIRO AO ALVO
Estava ouvindo música de pen-drive e, coincidentemente, a televisão também estava ligada. No som uma famosa música do grupo Demônios da Garoa; na TV as já combalidas e exaustivas notícias do Governo Federal. Oportunidade única para associar uma coisa à outra. Um trecho da música repica a imagem do Brasil de hoje: “Meu peito até, parece sabe o quê? Tábua de tiro ao Álvaro”. Exatamente o que o Governo Federal, desde primeiro de janeiro, tem feito com o Brasil: uma tábua de tiro ao alvo sem preocupação de acertar. Aliás, anda atirando a esmo e acertou pouco ou nada. A quantidade de tiros sem mira é estranhamente espetacular: ministros se envolvendo em polêmicas – como a ministra que afirma que um personagem de animação é homossexual ; o entra e sai do MEC; as declarações polêmicas do Presidente nas redes sociais; a sua queda de braço com o Vice; o cabo de força com o Poder Legislativo – sobretudo no tocante às reformas da Previdência e Administrativa – fazem o governo perder munição a cada tiro aleatório. Não bastasse a munição que a prole presidencial gasta com um disse – que – disse desnecessário que nada favorece o Brasil. Pelo contrário obriga o Presidente a desdizer o que os filhos dizem, nas redes sociais ou declarações desconexas à impressa. No Estado beligerante em que vivemos esse gasto inútil de munição atinge principalmente o povo, que mais uma vez sofre, amargamente, as desventuras do seu novo governo. São tiros que, além do povo, não atingiram alvo algum, mas ricochetam no próprio governo que, com pouco mais de 120 dias, já curte uma imagem bem desgastada. Outro trecho daquela música, outra vez, me fez associar: “Não tem mais como aguentar”. Vamos cansando de um governo sem mira e sem propósito que parece não se preocupar com as questões nacionais. Chega de tiros a esmo, chega de gastar munição à toa e acertar quem não merece! Está na hora desse governo saber que é o povo que paga a conta da munição desperdiçada. E que continua sofrendo com essa conta abusivamente alta.
***Por Renato Coan. ***
