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PRESERVANDO TRADIÇÕES

Artes, Letras e Cultura - 12 de janeiro de 2021

Por Simony Kuster Gude

Sou Simony Kuster Gude, 43 anos, Filha de Dalila Saager Kuster e Eitel Kuster. Nasci em Itaguaçu, mas sempre morei em São Luís. Sou casada com Edjaz Gude, sendo mãe de Ana Clara e Frederico; e madrasta de Rodrigo e Ronério.

A minha vida escolar foi um tanto complicada, estudei até a quarta série e daí parei; 8 anos depois, retornei e terminei o ensino fundamental, mas – por problemas de saúde -parei novamente. 10 anos depois, fiz o ENCEJA e terminei o Ensino Médio. Em 2020, iniciei o curso de Artes Visuais, pela UMINES.

A minha língua materna é o Pomerano, a qual falo fluentemente. A minha família sempre foi e continua sendo bem envolvida nas questões culturais da nossa cidade. Meu pai foi um grande apoiador no esporte; infelizmente nos deixou cedo. Minha mãe, desde jovem, prepara comidas para festas em geral, principalmente casamentos. Procuramos preservar tradições no dia a dia, ajudamos a organizar casamentos e meus filhos e enteado colaboram na música. Crescer nesse meio, me despertou a curiosidade de querer aprender mais, sempre gostei de aprender com pessoas adultas e idosos, sempre fui curiosa; quando via algo diferente, queria aprender a fazer. Com tudo isso, aprendi muita coisa sobre a cultura pomerana. O que me chamava muito a atenção, era como o pomerano fazia arte com materiais tão simples, usando o que tinha em casa. Com isso, eu também aprendi vários tipos de artesanato e a fazer arte com reciclagem. Desde a minha adolescência, ajudo na organização dos casamentos pomeranos, fazendo laços, que são usados para a identificação dos padrinhos, pais, copeiros, avós e outros. E, também, fazendo bandeirolas, confecção de guirlandas, pintura da bandeira principal personalizada, que é colocada num mastro central da festa e que identifica os noivos e a festa. Além disso, realizo a cerimônia do Quebra-Louças, momento muito importante no casamento pomerano, que é realizado na véspera do casamento, quando é servida uma janta típica, em seguida acontece um animado forró. Num determinado momento, é feita uma pausa no forró para que possa ser realizado o ritual do Quebra-Louças, que geralmente é conduzido por uma mulher. É um momento de reflexão sobre a vida de solteiro, a responsabilidade e compromisso no casamento; também é um momento de gratidão pelos convidados e respeito uns pelos outros. Após a fala cerimonial, são quebradas as louças de porcelana, que – segundo as tradições – tal quebra é para afastar os maus olhares que possam atrapalhar a vida do casal e quanto mais cacos, mais sorte os noivos terão! Após a quebra das louças, todos dançam por cima dos cacos, com a intenção de quebrá-los mais e multiplicá-los. Ao final da dança, os noivos varrem o salão juntos e os cacos são guardados, simbolizando que na vida de um casal, as decisões devem ser tomadas juntos e esses cacos lhes darão muita sorte.

Em 2012, iniciei um curso de pintura com a professora Suely Vervloit; desde então, realizo vários tipos de pintura, como em tecidos, telas, telhas, vidros e outros. Sempre procuro ensinar o que sei fazer. Até março de 2020, eu tinha dois grupos de pintura na ACURBE, em Belém, e o outro no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, na sede do município. Já participei de algumas exposições individuais e outras com os meus alunos. Devido à pandemia, suspendemos as atividades

Em reconhecimento ao meu trabalho, fui convidada a fazer parte da Academia de Letras, Artes e Cultura de Santa Maria de Jetibá (ALAC-SMJ), tendo como meu patrono o pintor Francisco Schwarz.

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