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Qualidade das safras sofre com estiagem em Santa Leopoldina, ES

Notícias - Seca - 16 de maio de 2016

Os produtores rurais de Santa Leopoldina, região serrana do Espírito Santo, esperam por queda na produção. O Estado, que já decretou situação de emergência, enfrenta uma extensa crise hídrica.

Na localidade de ponte de Nazaré, em Santa Leopoldina, a propriedade da família do Guilherme, 28 anos, tem 237 cabeças de gado, 50 pra produção de leite. O tempo seco dificulta a alimentação dos animais e faz com que o gado de corte não engorde e a produção do leite caía.

“O capim secou e a gente ainda faz o possível, compra silagem, faz silagem, busca até fora, em Santa Teresa, Santa Maria. A gente corre atrás para não deixar o animal passar necessidade” declara o produtor.

Na propriedade do Everaldo Schumacker, em Ribeiro Limpo, os 23 hectares de plantação de café estão secos. A colheita, que antes durava dois meses, vai acabar em duas semanas. O reflexo da falta de chuva é visto nos grãos pequenos e de baixa qualidade.

“Não está um grão formado, as rosetas do café está pequena. Se não chover em 30 dias, o prejuízo será imenso para a safra de 2017, 2018. O café colhido está com uma péssima qualidade, dá para vender, mas com o preço inferior ao que se tem no mercado hoje”.

A estimativa do Instituto Capixaba de Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) é de que em todo município de Santa Leopoldina, a colheita de café deste ano seja a metade do previsto.

O técnico do Incaper, João Paulo Ramos, explica que a planta não formou e o café Conilon precisa formar em um ano para produzir no outro.

“Os produtores estão simplesmente colhendo o que tem e parando, porque agora chegou no inverno e a previsão é não ter chuva para molhar a terra e para encher os reservatórios. O que a gente está torcendo agora é para que chova para que as comunidades rurais não fiquem sem água para beber” diz João Paulo.

Na propriedade do Everaldo, dos dois mil pés de mexerica plantados o produtor não esperar colher nada. Na plantação de inhame, das mil sacas colhidas no ano passado, este ano devem render 150. “A mexerica não vai dar o tamanho para a comercialização, vai ser 100% de perda.

Diene Bremenkamp, engenheira agrônoma da prefeitura, aconselha para que quando vier a chuva, os produtores façam caixas secas para armazenar água.

A Prefeitura de Santa Leopoldina informou que está estudando a possibilidade de decretar estado de emergência por causa da seca.

Rio Santa Maria da Vitória

Muitos produtores do município não tem sistema de irrigação e contam com a chuva, que há três anos não vem na quantidade suficiente. O rio Santa Maria da Vitória, que corta o município, a água não está mais chegando na primeira régua de medição.

O presidente do Comitê da Bacia do Rio Santa Maria da Vitória, Roberto Ribeiro, explica que a vazão média histórica para essa época do ano no Rio Santa Maria é de mais de 10 mil litros por segundo. A situação é considerada crítica quando chega a 3.800 litros. A média atual é de 2900 litros por segundo.

Para o presidente do comitê da bacia do rio Santa Maria da Vitória faltam políticas públicas que resolvam o problema e que a cobrança pelo uso da água pode ser um caminho.

“A cobrança que pode ser implantada a partir deste ano, início do próximo ano, vem com um sentido educativo, que passa a dar um valor para a água que hoje ela não tem. A conscientização é mais importante que a arrecadação, mas vamos ter um montante de recurso, que o comitê, através de sua Agência de Bacia vai poder começar a desenvolver ações a longo prazo para a recuperação do manancial”, declara Roberto.

Fonte: G1/TV Gazeta

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