Você é um “Analfabeto Digital”?
Até há pouco tempo, somente algumas pessoa possuíam computador com acesso à internet e, portanto, às informações que a tecnologia possibilitava. Logo, uma grande parte da população ficava de fora dessas oportunidades. Todavia, com o advento dos smartphones essa desigualdade teve uma queda muito significativa. Pesquisas apontam que 70% dos brasileiros usam internet e, considerando que mais de uma pessoa da mesma família usa o mesmo smartphone, estima-se que 120 milhões de brasileiros utilizam a internet através do celular (Fonte: Pew Research).
Com o crescimento do uso da internet a exclusão digital passou a demarcar novos terrenos. Mas, como assim? As nossas definições, nossas escolhas, eram feitas por nós mesmos ou influenciadas por pessoas próximas a nós. Decisões tomadas por humanos, como a escolha da roupa, da viagem, o trajeto para o trabalho, a comida… enfim, o desejo era despertado em nós e as escolhas feitas por nós. Hoje, de certa forma, somos influenciados por algoritmos de inteligência artificial. Por exemplo: quando navegamos pela internet deixamos rastros do que fazemos e acessamos – inclusive isso já foi assunto de matéria aqui no Jornal NovaNotícia – e ficamos recebendo “dicas” de empregos, de roteiros de viagens, de produtos para comprar e uma infinidade de coisas que nos influencia. Os ditos “analfabetos digitais” ficaram mais propensos a uma infinidade de armadilhas com o aumento do acesso à internet, como roubo de senhas, vazamento de dados pessoais, aceitação de fakenews, entre outras. Nos Estados Unidos, em especial, a turma que já passou dos 65 anos, foi a mais disposta a compartilhar notícias falsas com seus amigos através do smartphone (Fonte: Revista Science).
No Brasil o número de crimes virtuais tem aumentado vertiginosamente e as principais iscas são falsas ofertas de empregos, empréstimos sem consultas, produtos muito abaixo do preço de mercado… e aí os “excluídos digitais” são os mais prejudicados na política pública de levar internet ao maior número de pessoas. O que antes era difícil – internet para todos – agora é qualificar e capacitar esse público, além de ter que fiscalizar e punir os criminosos que tiram proveito da situação. O Brasil tem um vasto horizonte potencializado pela “Inclusão Digital”, porém deverá ser tratado com maior equidade e, de fato, inclusivo e justo.
Por Marcelo Domingos Neto – Analista de Sistemas, Especialista em Informática na Educação.
