Tokaji Aszú – REI DOS VINHOS, VINHOS DOS REIS
Longa é a estrada em que homens e vinhos caminham lado a lado
Olá, amantes do vinho!
Estamos no século XVII e a eminente invasão turca se aproxima da Hungria. A esposa do príncipe György Rákóczi e seu gerente dos vinhedos, Laczkó Máte Szepsi, decidem atrasar a colheita das uvas. Quando finalmente resolvem empreender a colheita, percebem que as uvas foram atacadas por um fungo (Botrytis Cinérea). O fungo Botrytis é comum em locais de alta precipitação de chuva e umidade, como é o caso da região húngara de Tokaj-Hegyalja. Lá, o clima, que conta com verões muito quentes, é perfeito para a proliferação do fungo. Ao atacar os bagos o fungo perfura-lhes a casca liberando parte do líquido, o que acaba por fazer o açúcar ficar em alta concentração na polpa restante, é a chamada “podridão nobre”. Para não perder a safra, Szepsi decide separar os cachos contaminados e só depois adicioná-los ao mosto. No ano seguinte, ao consumir o vinho, percebeu-se que a bebida era um néctar divino – nascia assim, o vinho Tokaji Aszú, o vinho de sobremesa mais famoso do mundo. Seu estilo inigualável encantou o Papa Pio IV, que o recebeu do arcebispo da Hungria, durante o Concílio de Trento (1562). O famoso rei Luís XIV, da França, em seus eventos no palácio de Versalhes, se referiu da seguinte forma ao vinho: “C’est le roi des vins et le vin des rois”, (“vinho dos reis, rei dos vinhos”). O Tokaji Aszú ultrapassou os limites da nobreza e foi também fonte de inspiração para escritores como Voltaire, Rabelais e Goethe – músicos como Beethoven, Rossini, Liszt, Schubert, Haydn e Johann Strauss, entre tantos outros que apreciavam o Tokaji Aszú e eternizaram a bebida em seus poemas, livros e canções. Santé!
